texto: Breves considerações sobre o passado do CACS (2004/2007)
Ao dar início o presente processo eleitoral, nós da Chapa Rompendo o Silêncio com Novas Vozes já esperávamos críticas da chapa adversária a respeito da nossa gestão. No entanto, o que nos deixa estarrecidos é a avaliação que se faz da nossa gestão em total desconsideração pelo passado recente do CACS, seja por desconhecimento, compreensível para aqueles mais novos no curso, ou por pura demagogia, por parte de integrantes da Verbalize que participaram dessas gestões, responsáveis por esse passado nefasto. Entre 2004 e 2006 os membros da gestão se colocavam em espaços de deliberação do movimento estudantil sem antes fazer um debate no curso, ou seja, o que imperava era a auto-representatividade; se hoje podemos vivenciar a existência de reuniões abertas e semanais, bem como assembléias de curso para que todos deliberem o posicionamento do CA nos espaços deliberativos, isso é uma conquista recente e que nós do Rompendo o Silêncio nos orgulhamos. Nosso grupo já atuava no curso mesmo antes de se tornar gestão e, por isso, vivenciamos situações que em nada tem a ver com democracia; por exemplo, a afirmação de que nas parcas reuniões do CA só têm direito a voto aqueles que integrem a gestão eleita! Não é à toa que fomos eleitos tendo como bandeira principal elaborar um Estatuto para o CACS que se pautasse nos preceitos democráticos, onde todos os estudantes do curso tenham direito de voz e voto. Isso foi prometido e foi cumprido, ao contrário das três gestões anteriores que prometia e não cumpria, justamente porque desejava manter esse abismo entre a gestão e o conjunto dos estudantes.
Sentíamos a debilidade das gestões anteriores também em relação à representação na plenária do ICS. O esvaziamento destas gestões, bem como o total descomprometimento de alguns de seus membros por este espaço, acarretava que os estudantes não tomavam ciência do que lá era decidido, muito menos se debatia qual seria o posicionamento do CA na plenária (a situação era tão alarmante nesses anos que um estudante, que nunca participou de chapa, participava da plenária do ICS). Um exemplo gritante disso é o da cisão entre licenciatura e bacharelado: esta foi decidida na plenária do ICS, mas os estudantes nem ficaram sabendo, nem puderam discutir os males que isso acarretou para nós futuros cientistas sociais. Nossa gestão modificou essa realidade e participa ativamente da plenária do ICS e das reuniões do colegiado de licenciatura e bacharelado, discutindo as respectivas pautas anteriormente nas reuniões do CA. O voto do ICS no Consuni (Conselho Universitário) foi contrário ao Reuni - que não contrata professores em quantidade suficiente para nossa demanda – não porque a direção do ICS fosse contrária a este decreto, mas sim porque a mobilização do CA junto aos estudantes e professores fez com que a maioria deliberasse contra. Tentamos (re)discutir a questão da cisão do nosso curso, mas a dificuldade para mudar essa situação já concretizada é ainda maior. Estamos pagando o ônus da irresponsabilidade.
Por último, lançamos uma reflexão diretamente para os companheiros sinceros que integram a chapa Verbalize. Por que será que as gestões anteriores terminavam com uma ou duas pessoas no máximo? Esse esvaziamento é decorrente da proposital falta de formação política, onde integrantes de determinados grupos políticos não têm o menor interesse de demonstrar aos novos e sinceros estudantes o fato de que os problemas por nós vivenciados – falta de professores, estrutura física, etc. – são reflexos de uma política de governo que anseia transformar as Universidades Públicas em meros escolões. Fazem isso justamente para não demonstrar aos estudantes a necessidade e importância de um CA para mobilizar e, conseqüentemente, defender uma concepção de Universidade que traga para seu interior os filhos dos trabalhadores que dela são excluídos. Assim sendo, os sinceros estudantes que participaram das chapas acabaram por irem abandonando a gestão do CA, não reconhecendo sua importância e, com isso, a intenção se realiza: CA esvaziado acarreta na auto-representação que antes comentamos.
Críticas a nossa gestão cabem e são válidas; distinção de discurso político quanto ao que devemos fazer pra mudar nosso curso também cabem e fazem parte da democracia; só exigimos que se reconheça a transformação que realizamos no CACS na nossa gestão, retirando-o do isolamento e da auto-representação e o aproximando dos estudantes.
Grupo Rompendo o Silêncio!
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